terça-feira, 12 de agosto de 2008

PIRATIANTES


Além dos azuis de céu/ de mar a pirataria vai, navega/ veleja bem!... Nem aí para gratidão barata ou cara, vai e vem que chega aos sabores dos ventos não importa se esses vêm do norte/sul, frios ou quentes, rápido/rapidíssimo me chega um som caveira/pirata.

A caveira não está morta, pelo contrário está vivinha da Silva ou de outros nomes/sobrenomes que fazem o Capitão Gancho quase um frágil Peter Pan, que por mais que ele (o Capitão Gancho) fosse presunçoso jamais imaginaria tantos adeptos nas esquinas, praças, centros comerciais mundo a fora praticantes fiéis/infiéis do seu ofício. Barata ou cara a pirataria não infringe só as normas comerciais viola também nosso sentidos; no meu caso como músico percebo que há na maioria das vezes uma preferência no que se diz respeito à música; será que essa música de fácil acesso/digestão vende mais ou seus ouvintes não questionam estes CD/DVD se este disco é original ou digamos cópia/falso/pirata?

Talvez aí o que importe mesmo seja o produto na mão, no quesito original/legal não é diferente, quando você compra CD/DVD do seu artista preferido você pergunta quanto ele vai receber por esse/aquele produto comprado/vendido a você? Se souber talvez tenha aquela mesma sensação que alguns passageiros de embarcações têm; muita náusea, a ponto de colocar o seu estomago pelo avesso. Ache a coisa um tanto caveira ou quer dizer pirata, sabe? Penso que por isso muitos artistas se lançam nas ondas/correntes de mares independentes.

Timoneiros/marujos/mestres-proeiros, de Capitão Gancho/ Barba Azul todos nós, mediante ao conceito de ética temos um pequeno pouco; quem de nós não já pirateamos a idéia/carinho/presença do outro? Na pirataria de objetos remamos hora contra, hora á favor. O vento (nosso bolso) é quem dá a direção. Qualquer destino a ser tomado seja por um mar fingido/calmo legal, seja por um mar agitado/sinuoso numa mínima/média/grande/mega-escala somos coniventes/navegantes/tripulantes/piratiantes.

Jorge Dissonância – Cantor e compositor.

DISRITMIA MORAL


Numa outrora tarde ao mandar um texto para o amigo (Faggiano) falei de algo que me chateara dias antes. Entre palavras já escritas e outras ainda na mente/idéia, a frase Disritmia Moral inconsciente palavreei a qual teve atenção do amigo; advogado perspicaz além de viajar no meu desassossego/aperreio disse: “O vazio é uma forma de se perceber vivo e que se tomado por ele é uma chance de se encher de novas idéias”. Ao mesmo tempo em que sublinhou a frase chave/X da questão sugeriu-me falar mais sobre o efeito. Bem, dizem que sua postura/visão/atitude diante de um ato/fato pode te fazer sentir todas as em variáveis do verbo: ação, estado e fenômeno. Fato. Na chegada de uma viagem de São Paulo para Belo Horizonte ainda nas dependências do aeroporto dei por falta de pertences na minha bagagem, fui até o balcão da companhia e perguntei: Para quem se fazia reclamação por falta de objetos? Dirigiram-me para outro balcão, na sala que retiramos nossos volumes expliquei para a atendente o problema, ela já logo tratando de tirar o circulo/aro da empresa da meta/reta/flecha; como dizia Lacan, “o inconsciente é o significante em ação”, não sei pelo inconsciente dela (atendente) ou pelo meu, sei que eu estava sendo de forma sutil/subliminar fumado, sendo tragado por uma culpa/irresponsabilidade que não sabia de quanto era minha parcela. Não sei qual dos meus eus se o real, o imaginário ou o simbólico, sentiu vontade de espernear, ficar de mal com o pé, chutar a parede, romper com o cadarço do sapatênis, promover a mãe do infrator/bagageiro ao baixo meretrício etc e tal. Mas tudo/nada disso me salvaria do tema/contexto ou da lógica transcendente do in/impotente onde/aonde o mesmo se encontra como as moléculas/átomos do ferro/metal em brasa; no efeito têmpora em variações do verbo. Na ação de desação perdido entre os estados, natural, artificial, institucional; é no fenômeno razão que se toca/percebe: A empresa não agradece a minha confiança e sim a minha preferência... Zuummmmm... Vazão... Meu in já não mais estava em prefixo, sufixo tema/radical, apesar de ainda me encontrar na lógica referida anteriormente, preenchi uma espécie de reclame ou algo que não sei bem o nome, sai com a minha inquietude normal adicionada à falta de repouso comigo com os olhos ao leu/longe/infinito... Eu heim... Que coisa!... Sarafui.
Jorge Dissonância – Cantor e compositor. 16/07/2007